Dívidas das famílias devem crescer em 2012

As medidas adotadas pelo governo para estimular o consumo e o crescimento da economia devem puxar para cima o endividamento das famílias nos próximos meses. A avaliação é da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que divulgou ontem um aumento de 57,4% para 57,8% no endividamento entre fevereiro e março.

Segundo a entidade, a alta é marginal e ainda não teve influência das ações implementadas para aquecer a economia. “Essas medidas de estímulo ainda não tiveram um impacto tão forte no consumo. Isso está contendo o endividamento, mas ao longo do ano devemos ter um reflexo disso”, avaliou a economista Marianne Hanson, da CNC.

A economista ressaltou que na comparação com março de 2011, o endividamento continua baixo. Na época, o porcentual registrado foi de 64,8%. Embora a perspectiva seja de crescimento da fatia de famílias com dívidas nos próximos meses, a economista espera que a inadimplência siga sob controle. Segundo ela, o mercado de trabalho deve continuar aquecido em 2012, o que permitirá às famílias manter as contas em dia.

Em março, a fatia das famílias que declarou não ter condições de pagar suas contas ou dívidas recuou para 6,7% ante, 7,3% em fevereiro, menor patamar da série histórica da pesquisa, realizada desde janeiro de 2010.

De acordo com a CNC, a alta do endividamento ocorreu integralmente na faixa de renda inferior a dez salários mínimos, interrompendo uma sequência de quatro meses em queda. Para esta faixa, o porcentual de famílias com dívidas alcançou 58,6% em março de 2012, ante 58,4% em fevereiro deste ano e 66,5% em março de 2011.

O cartão de crédito liderou a lista dos principais tipos de dívidas das famílias em março, seguido por carnês e pelo crédito pessoal. Entre as famílias com contas ou dívidas vencidas, o tempo médio de atraso foi de 59,4 dias, superior aos 58,6 dias de março de 2011.